Resumo
As nossas 3 principais fontes de conhecimento são, por ordem cronológica logo de verosimilhança, a nossa Consciência, a Ciência e, por último, a Religião. A Realidade à qual todas se aplicam É SÒ UMA, TODAS FALAM VERDADE… muda a linguagem.
Ao tomar uma decisão, deve ouvir-se primeiro a nossa Consciência, depois a Ciência (que explica a realidade de uma maneira verificada por um método que as pessoas comuns não dominam) e só depois a Religião que explica a mesma realidade de maneira que toda a gente percebe (por exemplo, a Religião fala de “Deus”, a Ciência de Campo Quântico).
Fontes de Conhecimento
Seguindo uma classificação proposta por Hans-Peter Dürr [1], Filósofo, e sucessor de Heisenberg (um dos maiores Físicos de sempre), na respetiva cátedra, num debate da RAI que reuniu Filósofos, Cientistas da Natureza, e Teólogos, dos melhores do Mundo [2], dividiremos a visão que temos da Realidade em duas partes:
Abraham Lincoln dizia:
“Pode-se
Com base nisso, estabelecemos com base nomeadamente em [3] que as nossas 3 Fontes Principais de Conhecimento são, por ordem de verosimilhança:
[1] Hans-Peter Dürr, Doutorado em Filosofia e ex-director do Instituto Max Planck de Física e Astrofísica de Munique
[2] “Enigmas de Deus da Matéria e do Homem”, Editora Oficina do Livro
[3] “The Evolution of Morality and Religion”, Donald Broom; U. Cambridge, Reino Unido; Cambridge University Press; Conferências ISPA – Lisboa
Consciência
Segundo Teillard de Chardin [1], existe no Cosmos desde o seu início, e é portanto, pela aplicação do critério de Lincoln citado acima, o melhor instrumento de acesso à Verdade. As grandes questões da Consciência são, segundo um grande Evolucionista da Universidade de Cambridge [2], sobretudo as seguintes:
A Consciência pode enganar-se: É o caso de uma pessoa com cancro, que apenas a Ciência possa descobrir.
[1] Teillard de Chardin, Paleontólogo e Padre Jesuíta; O Fenómeno Humano, Ed. Paulus
Ciência
A Ciência [1] é
Segundo [2], a Ciência é conhecimento que foi formulado usando métodos sistemáticos [3], frequentemente a Observação; tal ocorreu muito antes de ter aparecido o conceito moderno de Ciência e de este ter sido reportado. A Ciência também tem limitações: Basta pensarmos nos erros médicos.
Biliões de anos depois do Big-bang, surgiu a Autoconsciência, consciência de si, que, no Homem, além de ser uma potente ferramenta de sobrevivência (porque ele pode imaginar decisões sem as tomar…), lhe deu a consciência da sua própria morte.
[1] The Science Channel
[2] The Evolution of Morality and Religion, Donald Broom; U. Cambridge, Reino Unido; Cambridge University Press; Conferências ISPA – Lisboa
[3] Bertalanffy acreditava que uma teoria geral dos sistemas deveria ser um dispositivo regulador importante na Ciência, para a preservar de analogias superficiais que fossem inúteis, e prejudiciais nas suas consequências práticas.
Religião
Talvez derivada da consciência da sua própria morte [1], surgiu a Religião.
Donald Broom defende que a Religião apareceu cedo na evolução dos seres humanos e de outros seres sensíveis; por isso, existiu muito antes da palavra escrita, e alguma da Ciência pode ter feito parte do desenvolvimento de alguma da Religião.
A Religião é uma visão interior subjetiva e espontânea [2] que deriva da Fé, sendo esta de origem transcendente [3], e é, concomitantemente [4], uma conduta indicando uma crença num poder divino. Segundo o Padre e Teólogo Anselmo Borges, a palavra “experience” pode usar-se num sentido que se refira ao mundo dos valores e das significações propriamente humanas: a existência humana é pura e simplesmente a experiência, e tal experiência implica a transcendência, melhor, a aceitação da existência da transcendência, em vez de excluí-la.
A Religião faz asserções baseadas na tradição, que deriva da experiência vivida por um muitíssimo grande número de pessoas, durante muito tempo, baseada em revelações feitas por personalidades já falecidas; não faz portanto uma observação direta material do seu objeto , nem sequer dos fundadores da respetiva tradição.
Segundo Broom, a Religião aprofunda o Conhecimento Humano no sentido de, qualquer que seja a natureza do Universo, saber qual seja o Princípio e o Fim do mesmo, nomeadamente perguntando: Será que existem deuses? Quem é Deus? O que quer Deus do Homem?.
De 85.000 a 70.000 anos atrás, terá sido povoada pela 1ª vez a Índia, onde viria a nascer a 1ª grande religião de sempre que era como se sabe politeísta. Noé foi depois uma grande personalidade antes do Dilúvio. Abraão, descendente de um dos filhos de Noé, nasceu há mais ou menos 6.000 anos e trouxe a novidade do monoteísmo.
Diz Donald Broom: Uma religião que sobreviva por muito tempo é provável que inclua uma percentagem mais elevada de verdade do que uma que dure pouco tempo; mas alguns aspetos das religiões mudam, sobretudo as partes menos importantes (sugerimos a leitura do livro de Moisés Espírito Santo [5] sobre o impato da simbiose das religiões com as culturas: um bom mau exemplo é o Caso Galileu).
Quem é Deus?
Deus é
O que quer Deus do Homem?
A Felicidade total sem limite temporal.
Segundo os Ortodoxos, o desenvolvimento espiritual dá-se nas seguintes etapas:
A vida santa de Deus, começa nos esforços desta vida, que aumentam a experiência do crente no conhecimento de Deus, e se consumam mais tarde na sua ressurreição, quando o poder do pecado e da morte, sendo superado inteiramente pela expiação de Jesus, deixará de ter poder sobre ele para sempre...
[1] Fés, de Isabel Leal, Notícias Magazine, 3-1-2008
[2] Hans-Peter Dürr, Doutorado em Filosofia e ex-director do Instituto Max Planck de Física e Astrofísica de Munique
[3] Lumen Fidei, encíclica do Papa Francisco I
[4] Wikipedia
[5] A Religião na Mudança – Nova Era, de Moisés Espírito Santo; Ed. U. Nova de Lisboa, F. Ciências Humanas e Sociais
[6] Naufrágio da Fé?, de Lopez Pedraz, Livrarias S. Paulo
[7] Papa João Paulo II
Ciência mais Sofisticada
Segundo Broom [1] alguns dos genes que promoveram a Religião teriam existido e ter-se-iam propagado nas populações antes de alguns aspetos mais sofisticados da Ciência existirem. Ou seja, os seres humanos não ficaram satisfeitos com as respostas incompletas da Consciência, Ciência, e Religião mas continuaram/continuam a procurar respostas na Ciência mais sofisticada.
A Ciência mais sofisticada tenta expandir a Consciência num sentido diferente do da Religião: Qual é a natureza última da Matéria? [1].
Um importante físico russo acabado de chegar de um congresso, que eu conheci na Montanha Santa Grega, e a quem perguntei qual a relação entre Deus e o Big-bang, disse-me: Não sei, mas, se não tem sentido científico perguntar o que houve ‘antes’ do Big-bang, então aí há uma oportunidade para Deus, não é?
Disse Miguel Soares de Albergaria, Ensaísta, membro do Núcleo de Estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade (ICPD): Como Karl Popper apontou, há uma objetividade científica: a da condição de falsificabilidade dos enunciados, de tal modo que a inverificação das expectativas correspondentes permita negá-los retroativamente. Ou seja: por exemplo, o enunciado “hoje vai chover” é falsificável, porque poderemos eventualmente demonstrar, ao fim do dia, que não choveu. Mas dizer “Deus existe” não é cientificamente objetivo, pois não poderemos demonstrar que Deus não existe.
Pode-se considerar haver uma objetividade, ou talvez melhor, uma intersubjetividade científica.
Entretanto, uma crítica que se faz a Popper é que esse seu enunciado sobre a falsificabilidade não é por sua vez falsificável!
Do que eu, Rui Barbosa, concluo:
- Mas, se não é possível demonstrar que tal enunciado é falso, ele não é cientificamente objetivo, e então não tem valor cientificamente objetivo para determinar se os enunciados a que se aplica são ou não cientificamente objetivos… Portanto, o critério de Popper não serve para determinar a objetividade científica dos enunciados….
Leis da Natureza
Como devemos pensar as leis da natureza? Stoeger no seu ensaio A Física Contemporânea e o Status Ontológico das Leis da Natureza defende a tese de que essas leis não são a fonte das regularidades que observamos, muito menos as necessidades físicas de tais regularidades da Natureza. E que elas são descritivas e não prescritivas e não existem independentemente da realidade que descrevem.
[1] The Evolution of Morality and Religion, Donald Broom; U. Cambridge, Reino Unido; Cambridge University Press; Conferências ISPA – Lisboa
Ciência e Religião Incompatíveis?
Quanto ao valor relativo da Ciência e da Religião, diz Broom: Se a longevidade das ideias for o critério de verdade, e se alguma Ciência precedeu a Religião, então poder-se-á arguir que essa ciência é mais verdadeira do que a Religião; claro que o critério da precedência deve, no entanto, aplicar-se às asserções das duas, de acordo com a respetiva antiguidade relativa…. Segundo um Teólogo Católico, Filósofo e Físico, especialista das Relações entre Ciência e Religião [1] só pode haver sede se houver fontes; e a fonte, neste caso, é Deus…
A Religião, tal como a Consciência e a Ciência, tem limitações… que são os Mistérios, a que não podemos aceder.
[1] Hans-Dieter Mutschler especialista das Relações entre Ciência e Religião
[2] Ciência e Religião: uma nova perspetiva para o Séc. XXI
Conclusão
Pitágoras e Platão disseram que os conhecimentos, filosófico, científico e religioso, mais do que competirem entre si, são as três faces dum único prisma que é a Verdade; e, como as 3 faces dum prisma, eles não se sobrepõem, apenas se tocam… Segundo Carreira das Neves, Padre e conhecido Perito de Cristologia, não existe incompatibilidade essencial entre Ciência e Religião...
Portanto, de acordo com as Fontes de que falámos,
Totalidade das minhas crónicas em Transhumanismo Portugal, transhumanismo@sapo.pt